No Cinemaço, Globo exibe Luce neste domingo 08/06

Na madrugada deste domingo, 8 de junho de 2025, o Cinemaço da TV Globo apresenta um dos filmes mais provocadores e instigantes dos últimos anos: “Luce”. Prepare-se para uma trama que vai muito além do típico drama adolescente ou familiar. Aqui, estamos diante de um verdadeiro quebra-cabeça moral, onde nada — nem ninguém — é exatamente o que parece. Com um elenco de peso, o longa promete fazer o público refletir e, quem sabe, até repensar seus próprios julgamentos.

Quem é Luce? Um exemplo… ou algo mais?

A história gira em torno de Luce Edgar, interpretado de forma magnética por Kelvin Harrison Jr., um jovem negro nascido na Eritreia, adotado ainda criança por um casal branco americano. Agora no ensino médio, Luce é o estudante ideal: excelente atleta, orador brilhante, respeitado por todos — o “garoto-propaganda” da meritocracia e da integração racial. Para seus pais adotivos, Amy (Naomi Watts) e Peter (Tim Roth), ele é motivo de orgulho. Para a escola, um modelo a ser seguido.

Mas tudo começa a desmoronar quando a professora Harriet Wilson (Octavia Spencer), uma mulher exigente e atenta, encontra um ensaio escrito por Luce, repleto de ideias radicais e referências a violência política. Seria apenas um exercício acadêmico provocativo? Ou um alerta de que aquele garoto exemplar pode estar escondendo algo mais sombrio?

A partir daí, “Luce” se transforma em um jogo psicológico e moral, onde cada personagem passa a ser testado — e onde o público se vê forçado a questionar tudo o que pensava saber sobre raça, educação, privilégios, identidade e controle.

Um drama onde a verdade tem muitas camadas

O grande trunfo do filme é sua ambiguidade. “Luce” não entrega respostas fáceis. Muito pelo contrário — a cada nova cena, novas dúvidas surgem. Luce é mesmo culpado de algo? Ou está sendo julgado com base em estereótipos e medos disfarçados de boas intenções? Harriet está protegendo a comunidade escolar ou perseguindo um aluno por desconfiança injusta? Amy está sendo uma boa mãe ou apenas tentando manter a fachada de uma família perfeita?

Mais do que uma narrativa sobre um conflito entre um aluno e uma professora, o filme é um espelho cruel de como expectativas sociais, raciais e familiares moldam (e distorcem) nossos comportamentos. E o que acontece quando alguém tenta escapar desses papéis pré-definidos?

Atuações de tirar o fôlego

O elenco é um verdadeiro espetáculo à parte. Kelvin Harrison Jr. entrega uma atuação surpreendente, interpretando um jovem cuja expressão pode passar do carismático ao ameaçador em questão de segundos. Naomi Watts brilha como a mãe emocionalmente dividida entre o instinto de proteção e o medo do desconhecido. Tim Roth, mais contido, dá vida ao pai que tenta manter o equilíbrio diante da implosão familiar. E Octavia Spencer impressiona mais uma vez, dando profundidade a uma personagem que é, ao mesmo tempo, vigilante e vulnerável.

Direção precisa e corajosa de Julius Onah

Dirigido por Julius Onah, o filme é adaptado da peça teatral de J.C. Lee (que também coassina o roteiro) e mantém muito de sua essência teatral: embates verbais intensos, diálogos afiados e cenas densas, quase claustrofóbicas. Onah cria um ambiente onde o desconforto é constante — e isso é proposital. Ele quer que o público se sinta exatamente como os personagens: sem saber em quem confiar ou no que acreditar.

Dublagem brasileira reforça a força emocional

Na versão que será exibida pela Globo, a dublagem também merece destaque. O jovem Luce ganha voz com a interpretação de Marcos Souza, enquanto Naomi Watts é dublada por Priscila Amorim, Tim Roth por Marcio Simões e Octavia Spencer por Rita Lopes. O trabalho cuidadoso da equipe garante que a densidade emocional do filme seja sentida também em português.

📺 Cinemaço apresenta: “Luce”
🗓 Domingo, 8 de junho de 2025
🕓 Madrugada de domingo para segunda, logo após o Domingo Maior
📍 Na TV Globo

Por que assistir?

“Luce” é aquele tipo de filme que não termina quando os créditos sobem. Ele segue reverberando na mente e no coração, provocando perguntas difíceis: como a sociedade lida com jovens negros brilhantes? O que esperamos deles? E como reagimos quando eles ousam fugir do “modelo ideal”?