Reis – Resumo semanal da novela 19/06 a 20/06 – Record TV

Capítulo 116 – Quinta-feira, 19/06/2025
No silêncio sombrio de seu quarto, Saul revive obsessivamente o instante em que Davi o poupou. A lembrança o fere mais do que qualquer espada. Pela primeira vez em muito tempo, algo se fragmenta dentro dele — uma rachadura na couraça do orgulho. Sentado à sombra de sua própria consciência, ele sussurra com amargura: — Sou um rei… ou apenas um homem dominado pelo medo? Sem consultar conselheiros, sem cerimônias, ele dá uma ordem surpreendente: cessar a perseguição a Davi. Os soldados o encaram perplexos, mas Saul não dá explicações. A guerra mais impiedosa que ele enfrenta agora não está nos campos de batalha — mas em sua própria alma.

Davi, mesmo com o gesto inesperado de Saul, sabe que sua vida ainda corre perigo. A ferida entre ele e o rei pode ter silenciado por ora, mas ainda sangra. Decidido a proteger os seus, parte com seus homens para a terra dos filisteus, inimigos históricos de Israel. Ao chegar a Gate, é recebido com desconfiança pelo rei Áquis: — Se estás aqui, é porque abandonaste Israel. Estarás conosco numa guerra contra teu próprio povo? Davi cala. As palavras pesam demais. Ele carrega o fardo de ser estrangeiro em uma terra hostil e traidor em sua própria pátria.

No palácio real, Mical escuta rumores sobre Davi. Cética, corre para confirmar. Ao saber que ele está vivo, as lágrimas descem antes mesmo que ela perceba. Seu marido, Paltiel, observa-a com angústia disfarçada. — Por quem choras, mulher? Ela não o encara. Apenas responde, com os olhos fixos no horizonte: — Por um sonho que não morreu. Vive… dentro de mim. E segue olhando para longe, como se Davi estivesse logo além da linha do céu.

Capítulo 117 – Sexta-feira, 20/06/2025
No palácio de Saul, o general Abner surge com urgência e tensão na voz: — Os filisteus marcham. A guerra está às portas. Mas Saul, absorto em pensamentos sombrios, parece não ouvir. Seus olhos vagam, presos em tormentos que os outros não enxergam. Ainoã, sua esposa, tenta trazê-lo de volta ao presente, ao dever. Mas suas palavras se perdem no vazio. O rei, outrora temido, agora parece um fantasma de si mesmo.

Enquanto isso, Jônatas, atento, observa um diálogo velado entre Abner e Ainoã. O tom é contido, mas há uma tensão não dita. Seus olhos se estreitam. A pausa entre as palavras diz mais do que qualquer explicação. Ele os encara com firmeza e questiona: — Há algo entre vocês… que preciso saber? O silêncio que segue é espesso como pedra. Uma verdade oculta, talvez antiga, pulsa no ar.

Do outro lado da fronteira, Davi, agora disfarçado, se infiltra entre os soldados filisteus. Usa a armadura do inimigo, marcha entre eles, repete ordens como um dos seus. Mas sua alma, dividida, não encontra repouso. — Quantas máscaras ainda usarei até que a vontade de Deus se cumpra? — sussurra, caminhando com passos pesados entre os que o consideram aliado, sem saber que ali, entre eles, caminha um escolhido.

Durante sua ausência, o acampamento de Davi é atacado pelos amalequitas. Ainoã, valente, tenta proteger as crianças, mas é subjugada. Abigail, com sua força contida e coragem serena, resiste até o fim, mas também é levada. Em meio ao caos, elas se encontram brevemente. Não trocam palavras — apenas um olhar. Um pacto mudo. Uma promessa invisível.

— Sobreviverei. Por Davi. Por mim. — jura Abigail em silêncio, antes de desaparecer entre os inimigos.

Não são apenas esposas de um líder. São mulheres forjadas em dor, moldadas pelo fogo. E o fogo ainda arde, consumindo, transformando. Porque antes de serem resgatadas, elas aprenderão a resistir.